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27.Jun - Deus não usa WhatsApp
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Deus não usa WhatsApp


 “Fique em silêncio sempre que puder, pois quando estamos sozinhos Deus fala livremente com nossa alma, e a alma fica mais disposta a ouvir a voz de Deus.” S. Pio de Pietrelcina


 


Constantemente bombardeados pela mídia, somos uma geração viciada em informações rápidas e tomadas imediatas de decisões. Sem muito questionamento tendemos a aceitar tudo passivamente e quase não questionamos os fake news. O barulho faz parte da nossa rotina a ponto de alguns não conseguirem trabalhar e nem sequer relaxar a mente sem um ruído ao ouvido. Hoje o barulho além de sonoro é também psicológico e, graças aos celulares, tablets e outros gadgets nossa mente nunca se aquieta.


Fazer silêncio é entregar a Deus o que está fora do meu alcance e capacidades. Fazer silêncio é reconhecer que as minhas inquietações não tem poder. É entrar no deserto, sem pavores, sabendo que é aí que o Senhor se manifesta.  Não seria essa uma das grandes riquezas que podemos aprender dos padres do deserto?


É no silêncio que a Palavra de Deus atinge o fundo do nosso coração. Se entendermos que Deus é de fato muito maior do que podemos exprimir em palavras e pensamentos, buscaríamos mais momentos de quietude interior. Palavras ditas com voz forte e assertiva impressionam, mas não tocam o coração.


“A tempestade do Monte Sinai abria fendas nos rochedos, mas a palavra silenciosa de Deus é que é capaz de quebrar os corações de pedra.” (Comunidade Taizé)


Deus só pode se manifestar quando, reconhecendo o nosso nada, silenciamos para sermos plenificados por sua infinita grandeza.


O silêncio não é o vazio, mas a plenitude de Deus que nos espera para penetrar e completar sua obra em nós. A ausência de ruídos internos e externos é que nos permite descer ao fundo de nós mesmos e aí conhecermos o nosso verdadeiro eu. Deus fala no silêncio!


Viver na superficialidade das coisas, neste mundo viciado pela mídia digital que nos avalia, nos julga e escraviza, criando dependência psíquica e estereótipos politicamente corretos, nos leva a uma ilusão de felicidade que, quando percebemos não nos preencheu porque a imagem de nós mesmos está deformada.  


“Tenta encontrar o caminho do interior até o centro do coração, ali onde o homem despertando para si, desperta para Deus” (Henri Le Saux, OSB)


A falta de significado é causa de muita ruptura, pois deixa o homem frustrado e com sensação de exaustão e impotência. Fazer tudo rápido e pelo método mais fácil não produz o efeito desejado, seria como alguém que para encontrar água cavasse 6 poços de um metro ao invés de um poço de 6 metros. Assim é o homem do século 21: pessoa frágil, com dificuldades de assumir compromissos consistentes e renúncias amadurecidas. O mundo pode até nos preencher de curtidas, de likes, mas o vazio permanece e nos sentimos infelizes.


Mas, nem tudo é assim. Algumas correntes filosóficas e espirituais contestam esse modo de ser que deixa um grande vazio na alma. O conhecimento próprio e o olhar não ingênuo para a sociedade atual nos faz descobrir outra dimensão da realidade com conteúdos e valores reais. Em busca do “quem sou eu?” muitas pessoas estão procurando o preenchimento desta lacuna. Cabe a nós, católicos, irmos ao encontro de cada irmão e irmã, oferecendo Quem pode preenchê-lo. É preciso que estejamos solidamente enraizados na doutrina para podermos dar as razões da nossa fé.


Perseguir o silêncio é o mesmo que perseguir a sabedoria: os sábios falam menos e escutam mais. É no silêncio que o homem se constrói, se encontra e encontra Deus.


O silêncio, ao contrário do que muitos pensam, não é o vazio, mas a plenitude de Deus que nos espera.


 


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