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09.Nov - Novas peregrinações nas pegadas de São Paulo
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Novas peregrinações nas pegadas de São Paulo

Fausta Speranza – Antioquia de Orontes


Opera Romana Pellegrinaggi, entidade especializada em peregrinações do Vicariato de Roma, organizou uma viagem à Turquia com sacerdotes e jornalistas (cerca de 25 pessoas) para lançar novas rotas de peregrinação. Há um desejo de redesenhar os percursos nesta terra que, por causa do extraordinário valor da paixão de evangelização de São Paulo, representa uma segunda Terra Santa.


Antioquia: encontro de culturas


A viagem tem início em Antioquia de Orontes, um daqueles centros urbanos que pertence ao arco ideal de civilização que marcou a história da humanidade da Mesopotâmia à Anatólia e ao Levante. Atualmente chama-se Atay Antaquia. É a cidade onde, segundo o capítulo 11 dos Atos dos Apóstolos, foi usada pela primeira vez a expressão "cristãos", ou seja, seguidores de Cristo. Isso nos é lembrado pelo padre Domenico Bertogli, que nos recebeu na pequena igreja em torno da qual se reúne a comunidade católica, que hoje conta com cerca de 100 fiéis entre 1100 cristãos.


Lugares excepcionais


Um dos lugares a ser visitado é a Gruta de São Pedro, que, embora não corresponda realmente ao lugar onde se reuniam Barnabé, Paulo e Pedro, conta de algum modo, a história transmitida através dos séculos das reuniões e das orações dos apóstolos com as comunidades que surgiram da pregação aos gentios, àqueles que, sem serem judeus, queriam abraçar o credo de Jesus. Para alguns deles parecia difícil admiti-los e houve um sério confronto, até a abertura encorajada pelo próprio apóstolo dos gentios, Paulo.


Barnabé tinha chamado de volta Paulo de Tarso precisamente para acompanhar os desenvolvimentos. O resto é história dos Atos dos Apóstolos, começando com as três extraordinárias viagens de São Paulo que partiram da segunda localidade que não pode deixar de ser visitada: o porto de Seleucia em Pieria. Também merece uma visita o museu da cidade, que abriga uma rica coleção de mosaicos de vilas romanas. Neste caso, o apelo não é à fé, mas a um momento da bagagem histórica e cultural que esta terra preserva. É a história de hititas, persas, macedônios, reinos helenísticos, antes de chegar aos romanos e suas vilas, e continuar com os Bizantinos, os cruzados, as repúblicas marítimas de Veneza e Gênova, as ondas de migração que trouxeram os Seljúcidas, os mongóis, e depois a dominação dos Otomanos. Histórias de guerras, mas também de encontros de civilizações. Até quando os eventos de cerca de 100 anos atrás, desde a Primeira Guerra Mundial, quando essas terras (Anatólia e Trácia Oriental) foram cenário de ocupações e perseguições, foram apagados os últimos sinais mais evidentes de presenças cristãs.


Entre as pedras vivas


Não se pode dizer que ficou muita coisa das pedras que abrigaram outros nomes ilustres de Antioquia, como São Lucas ou São João Crisóstomo, que que tinham nascido aqui. Mas ainda estão as pedras vivas de que fala o padre Bertogli, dizendo-nos que aqui se vive a liturgia da fé exatamente como acontecia para os primeiros cristãos, em uma igreja-casa. Trata-se, de fato, de uma habitação tradicional onde uma sala que se tornou uma capela foi enriquecida com pinturas, incluindo um mapa da parábola geográfica percorrida por Paulo. Não se trata apenas de uma questão de espaço. O padre Bertogli nos explica a longa aventura que levou à possibilidade de preservar a igreja: “não foi fácil", explica, "obter os títulos de propriedade. Após anos de solicitações, a meta foi alcançada em 2006. Estes são eventos que nos projetam em uma realidade minoritária, que experimenta todas as dificuldades do caso, mas também muita graça". Padre Bergogli, com muita simplicidade, nos fala sobre os 26 batismos que celebrou para pessoas de famílias não-católicas em 35 anos de presença em Antioquia. Suas palavras tornam-se uma Comunhão Viva e seu testemunho transforma o que poderia parecer uma viagem em uma peregrinação: a dimensão histórico-arqueológica é apenas uma ajuda para redescobrir a dimensão espiritual e o encontro com estes lugares não é mais apenas uma visita, mas uma experiência de fé.


Fonte: Vatican News

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